Quem tem criança em casa, especialmente se for rapaz, certamente já teve muitas conversas com familiares e amigos sobre os jogos de vídeo: devia o seu filho jogá-los ou não? E como evitá-lo – num mundo onde tudo se tornou numa potencial plataforma par jogo (smartphone, tablet, computador), e com uma variedade de consolas nunca vista (Wii, PlayStation, Xbox). Enquanto existe uma corrente de opinião muito forte a culpar jogos de vídeo para tudo que é menos bom no desenvolvimento duma criança, a verdade é que muitas pesquisas provaram que os jogos de vídeo têm os seus benefícios. Mas para satisfazer primeiramente a maioria, começamos com contras.
Palavra-chave: moderação
Sem dúvida, passar todo o tempo livre colado a um PlayStation ou jogos no PC só pode ter aspectos negativos. Alguns deles são óbvios, mesmo sem recorrer à estatística: problemas nos tendões, chamados tendinite e tenossinovite, obesidade e menos actividades ao ar livre, propensão a violência, ou vício. Ao analisar um por um destes pontos, chega-se à conclusão de que uma actividade moderada praticamente evita qualquer um desses efeitos. O recomendado é até uma hora por dia. Uma criança que combina actividades físicas, trabalhos de casa feitos a tempo e, o mais importante, conversas abertas e diversificadas com os seus pais, não deveria ser proibida a jogar uma horita o seu jogo favorito.
Tendo isso em mente, vamos passar para prós:
- As investigações sugerem que, ao contrário da opinião comum, crianças que jogam são mais sociáveis que outras. Dr. Nick Taylor, envolvido no estudo sobre este tema, reconheceu que os “gamers” são capazes de participar em várias interações sociais ao mesmo tempo. Videojogos para múltiplos jogadores melhoram as capacidades de trabalho em equipa e de cooperação e podem ajudar as crianças a criarem relações de competição saudável. Simplesmente, hoje em dia jogar não é experiência entre um jogador e uma consola.
- Jogos melhoram destreza, coordenação e percepção espacial e, em alguns casos, até mesmo os reflexos. Um estudo da Holanda comprovou que certos jogos melhoraram as habilidades dos jogadores a perceberem os conceitos em 3D e orientarem-se, enquanto o outro do Boston mostrou que cirurgiões que tinham jogado jogos de vídeo como crianças e adolescentes tiveram melhores habilidades cirúrgicas e coordenação entre mão e olho.
- Videojogos promovem raciocínio lógico e habilidades de resolução de quebra-cabeças. O já mencionado estudo feito na Holanda mostrou que os adolescentes e jovens que jogavam jogos estratégicos e RPG (role playing games – jogos de interpretação de papéis), melhoraram a capacidade de resolução de problemas e até as suas notas escolares.
- Além disso tudo, diferentes jogos impulsionam concentração em detalhes visuais e pensamento criativo. Por outro lado, jogos de ritmo rápido têm ajudado os jogadores a tomar decisões mais rápidas na vida real. No geral, podem até aliviar a ansiedade acumulada pela sobrecarga de obrigações e tarefas que crianças de hoje em dia têm. Crianças entre 10 e 15 anos que jogam uma hora por dia são mais felizes e relaxados do que aqueles que não jogam. Claro, essa imagem muda com crianças que jogam mais que 3 horas – aí notam se só os efeitos negativos.
Terminamos com palavras do Dr. Richard Gallagher, diretor do Instituto de Parentalidade da Universidade da Nova Iorque. Ele afirma que, usados com moderação, os benefícios dos jogos podem superar qualquer possível impacto negativo. Se o tempo gasto neles é mantido dentro de limites razoáveis, é o meio mais seguro de experimentar coisas novas, e certamente melhor que a TV.
Qual é a sua opinião? O seu filho (ou marido) joga demais? (Se é dos “contras”, recomendamos experimentar Minecraft ou Civilization, para ver se amolece) 🙂