Os smartphones tornaram-se um elemento indispensável na vida de qualquer um. Desde profissionais a crianças, todos são vistos com um smartphone. Embora pareça que usemos estes dispositivos desde o início dos tempos, o primeiro smartphone, o Simon, foi lançado há não muito tempo atrás, em 1994, pela IBM. Fazendo as contas a partir de 2022, isto faz com que os smartphones tenham só 28 anos de idade! Para colocar as coisas em perspetiva, a própria Internet tem apenas 37 anos.
O Simon era um telefone volumoso com um ecrã tátil e aplicações integradas, como uma calculadora e um bloco de notas. Também permitia enviar e receber e-mails. Desde então, as tecnologias de comunicação evoluíram ao ponto de o primeiro smartphone comercialmente disponível parecer hoje um dispositivo pré-histórico. Os acessórios para smartphones desenvolveram-se de igual forma para incluírem opções como carregadores sem fios e gadgets domésticos inteligentes, operáveis remotamente.
O fosso geracional torna-se óbvio na forma como pré-adolescentes e adolescentes utilizam a tecnologia e na rapidez com que se adaptam à constante evolução. No entanto, a alfabetização tecnológica deve ser vista como vital para a qualidade de vida e a segurança de todos, pois, por exemplo, a função de SOS de emergência pode requerer um smartwatch conectado a um smartphone.
Gerações Digitais
Atualmente, nos países desenvolvidos, a população pode ser dividida em duas categorias, de acordo com Marc Prensky, um escritor e orador dos EUA, especializado em temas de educação, no seu artigo de 2001 “On the Horizon”. Nele apresentou as classes de nativos digitais e imigrantes digitais para diferenciar as pessoas nascidas num mundo repleto de tecnologia das que tiveram de se adaptar voluntariamente a estas inovações.
O quadro seguinte classifica as diferentes gerações dentro destas duas classes.
Imigrantes Digitais | Geração Silenciosa | 1925–1945 |
Baby Boomers | 1945–1965 | |
Geração X | 1965–1980 | |
Nativos Digitais | Millennials | 1980–1995 |
Geração Z | 1995–2010 | |
Geração Alfa | 2010 até à presente data |
O Tempo dos Nativos Digitais
As vidas da Geração Z e da Geração Alfa não podem ser imaginadas sem um smartphone. Estas gerações nasceram num mundo onde a tecnologia é omnipresente e o acesso à Internet é um direito humano, como implica o Artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O jornal The Telegraph diz que quase dois terços das crianças, até aos 10 anos de idade, no Reino Unido, já possuem um smartphone.
A dependência dos smartphones está significativamente correlacionada com as novas dinâmicas sociais, estabelecidas pelos meios de comunicação social, como o WhatsApp, Twitter, Facebook, Instagram e Snapchat (Marino et al., 2021). A pandemia alimentou ainda mais esta dependência, uma vez que os confinamentos e as salas de aula online se tornaram uma norma.
A obsessão com os smartphones nestas gerações pode ser atribuída em parte aos pais que os introduzem com a idade mínima de 2 anos. Os pais permitem frequentemente aos seus filhos o acesso aos smartphones por razões variadas que vão desde horários preenchidos até à resolução de discussões. No entanto, dada a primazia tecnológica em que vivemos, a alfabetização digital precoce pode revelar-se benéfica, uma vez que permite às crianças uma melhor compreensão dos conceitos tecnológicos e melhora a sua adaptabilidade.
Apesar dos seus muitos benefícios, os smartphones levam a muitos problemas físicos e psicológicos, que não estão apenas limitados às gerações pertencentes à classe dos nativos digitais. Porém, a dependência dos smartphones é um termo discutível uma vez que, no mundo atual, os smartphones são uma necessidade e não apenas um símbolo de riqueza ou estatuto.
Impacto dos Smartphones nas Gerações Pós-Millennial
Cada geração cresceu num ambiente e estilo de vida diferentes. Não é invulgar ouvir a geração mais velha intitular as que se lhe seguem como preguiçosas e presunçosas. De fato, cada geração que goza de novas liberdades, proporcionadas pelos avanços tecnológicos, ouve isto.
Mas será verdade? A gerações mais recentes estarão pior em termos de saúde física e mental ou os smartphones melhoraram tudo?
Redes Sociais e Smartphones
As redes sociais cresceram a um ritmo mais rápido com cada atualização nos smartphones. A classe dos nativos digitais é extremamente influenciada pela ascensão das selfies e da cultura meme. Os adolescentes e os jovens adultos vivem a sua vida online ao contrário das gerações anteriores.
Estudos têm ligado o uso de smartphones e de meios de comunicação social ao aumento da angústia mental entre as novas gerações (Abi-Jaoude, Naylor, & Pignatiello, 2020). As redes sociais geram e fomentam perceções e ideologias irrealistas, alimentadas pela facilidade com que estas podem ser acedidas através dos smartphones.
O uso excessivo de smartphones pelas gerações mais jovens, num nível que se pode qualificar como vício, traduz-se também num impacto negativo nas capacidades cognitivas, desempenho académico e funcionamento socioemocional (Hishan, Ramakrishnan, & Qureshi, 2020; Ning, Davis, & Taraban, 2018).
Segurança Online e Smartphones
Pode nem sempre ser possível aos pais monitorizar a utilização dos smartphones dos seus filhos. Embora possa ser estabelecido algum controlo sobre a forma como as crianças pequenas os usam, ativando o Controlo Parental, isto é mais difícil com os mais crescidos, que já valorizam a sua privacidade.
Apesar das suas melhores tentativas, não pode proteger o seu filho de todas as ameaças online presentes nos smartphones. Tal como os computadores, os smartphones também são suscetíveis a vírus e malware, que podem resultar na invasão do dispositivo. Tomar as devidas precauções para proteger os smartphones de hacking e vírus pode ajudar a mitigar o problema.
Na maioria dos casos, os smartphones Android são alvos fáceis de aplicações e esquemas duvidosos. Ao contrário do rigoroso processo de verificação de aplicações da App Store da Apple e das características de segurança do iOS nos iPhones, os Androids disponibilizam aplicações de qualquer proveniência, pois têm uma política de aprovação mais permissiva. No entanto, os iPhones não são completamente imunes. Pode ler mais sobre como remover vírus dos iPhones para ter uma ideia melhor.
Vírus e malware não são os únicos problemas de segurança que os smartphones enfrentam. Como a maioria das interações sociais das gerações mais recentes ocorrem através de plataformas online nos smartphones, estas estão mais expostas a cyberbullies e hackers.
A educação precoce dos seus filhos sobre os perigos e riscos da Internet, e sobre como se devem proteger, seguindo práticas como a não partilha de informação pessoal, terá um impacto positivo na utilização dos seus smartphones e na sua própria segurança.
Hábitos de Consumo e Smartphones
Muitas aplicações incluem produtos pagos associados. Guardar os dados do seu cartão ou da sua conta bancária para facilitar o pagamento é uma prática seguida por muitas pessoas. Porém, sem as devidas precauções, as crianças podem acabar por acumular uma dívida com os seus jogos, por exemplo.
Além disso, as tendências de compra mudaram completamente desde há uma década atrás. Cada vez mais, marcas e empresas estão a investir no comércio digital, o que transforma os smartphones em ferramentas de consumo (Ciurlău, Popescu, & Petris, 2021). Tirando partido da figura do influencier e das estratégias de marketing nas redes sociais, as empresas visam agora as gerações mais jovens para comercializar os seus produtos.
Sono e Smartphones
Os smartphones alteraram muitas rotinas tradicionais, tais como a leitura. Foi demonstrado que a dependência dos smartphones se correlaciona com a qualidade do sono, independentemente do tempo de utilização (Sohn et al., 2021). As crianças que utilizam regularmente os seus smartphones ou tablets foram reportadas como tendo períodos de sono mais curtos e maiores dificuldades em adormecer (Chindamo et al., 2019).
Além disso, a luz azul emitida pelos smartphones afeta o ritmo circadiano do corpo (Wahl et al., 2019). A exposição a esta luz mesmo antes de dormir pode ter um impacto significativo não só na qualidade do sono, mas também na sincronização circadiana, no humor e no desempenho cognitivo. Mesmo que óculos com lentes de proteção antiluz azul e a função de luz noturna nos smartphones ajudem a mitigar os problemas, não previnem maus hábitos de sono nas crianças, que podem afetar as suas vidas posteriores.
As Crianças Devem Ter Smartphones?
Os pais não podem deixar de debater se dar aos seus filhos smartphones é uma boa ideia. Porém, os smartphones estão aqui para ficar e o futuro vai evoluir em torno destes aparelhos portáteis. Como qualquer tecnologia, estes dispositivos têm muitos pontos a seu favor.
Quando os confinamentos por causa da pandemia de COVID-19 foram impostos em todo o mundo, os smartphones asseguraram o acesso dos estudantes à educação. Estes gadgets permitiram que crianças de todas as condições económicas tivessem a possibilidade de acompanharem as aulas online. Além disso, muitas aplicações educacionais ajudam as crianças pequenas a aprender de uma forma divertida, interativa e adaptada ao seu ritmo pessoal de desenvolvimento.
Outro benefício dos smartphones é a conectividade. Funções como o GPS e a fácil acessibilidade a serviços de emergência podem dar mais segurança aos seus filhos. Contudo, estes dispositivos inteligentes com as suas variadas funções de localização são mais adequados para adolescentes e jovens adultos. Os telemóveis simples com características limitadas são recomendados para as crianças pequenas.
Os smartphones também ajudam as crianças a tornarem-se mais conscientes do mundo à sua volta. O ativismo digital das crianças tem feito manchetes em todo o mundo e trazido à luz questões que têm sido constantemente ignoradas pelos adultos no poder. O artigo do Global Citizen “5 Teen Activists In The UK Who Are Changing The World” e o do The Washington Post “12 kids who are changing their communities and our world” revelam como esta geração digital já está a deixar a sua marca.
A utilização moderada de smartphones não vai transformar os seus filhos em zombies de olhos largos. Não faz sentido vilipendiar um gadget cujo impacto nas crianças depende da forma como é utilizado. No entanto, os smartphones não são recomendados para crianças pequenas, pois podem ser prejudiciais ao seu desenvolvimento cognitivo e às suas capacidades sociais.
Tanto os pais como as crianças podem beneficiar deles, se for limitado o tempo do ecrã. Recomendamos que fale com os seus filhos sobre o que vão encontrar online e que estabeleça regras básicas sobre a forma como usam os seus smartphones. É também importante ter discussões abertas sobre o anonimato na Internet e o cyberbullying para garantir a segurança dos seus filhos. Estas práticas também ajudarão os seus filhos a abordá-lo quando precisam de ajuda, sem se preocuparem com as repercussões.
Construir um Futuro Orientado para a Tecnologia
Os smartphones podem ser caros, mas não precisa de comprar um telemóvel novinho em folha para o seu filho. A compra de um smartphone certificado em segunda-mão, ou a oferta do seu antigo telemóvel não só significa poupança, mas também é melhor para o ambiente. Pode sempre deixar o seu filho adicionar-lhe divertidos acessórios para telemóvel, no sentido de deixá-lo expressar a sua personalidade.
Se possui um telemóvel antigo, pode ganhar algum dinheiro com ele, deixando-nos fazer uma oferta de compra sobre o mesmo. Em alternativa, pode optar pelo nosso serviço especializado de reparação de telemóveis e dar-lhe uma nova vida como o primeiro telemóvel do seu filho. Contudo, se esse telemóvel já chegou ao fim da sua vida, considere a sua reciclagem, em vez de o deitar fora.
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Referências
1. Prensky, M., & Berry, B. D. (2001). Do they really think differently. On the horizon, 9(6), 1-9.
2. United Nations. (n.d.). Universal declaration of human rights. United Nations. Acedido a 25 de julho de 2022, em https://www.un.org/en/about-us/universal-declaration-of-human-rights
3. Marino, C., Canale, N., Melodia, F., Spada, M. M., & Vieno, A. (2021). The Overlap Between Problematic Smartphone Use and Problematic Social Media Use: a Systematic Review. Current Addiction Reports, 8(4), 469-480.
4. Abi-Jaoude, E., Naylor, K. T., & Pignatiello, A. (2020). Smartphones, social media use and youth mental health. CMAJ : Canadian Medical Association journal = journal de l’Association medicale canadienne, 192(6), E136–E141. https://doi.org/10.1503/cmaj.190434
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8. Sohn, S. Y., Krasnoff, L., Rees, P., Kalk, N. J., & Carter, B. (2021). The association between smartphone addiction and sleep: a UK cross-sectional study of young adults. Frontiers in psychiatry, 176.
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